Governança da inovação é uma expressão bastante utilizada nas empresas. Por isso, é importante conhecer o que ela significa, qual a importância de ter um modelo nesse formato e, o mais importante, na nossa opinião, como desenvolver um sistema como esse.
Contudo, antes de entrarmos nesses tópicos, precisamos desenvolver os dois conceitos que compõem essa prática. Continue a leitura e descubra de que modo a governança da inovação, estipulada como rotina, conduz as mudanças na sua empresa.
O que é inovação?
Um dos maiores desafios das organizações atualmente é dirigir e gerenciar com a máxima eficácia e eficiência, atividades consideradas complexas, multidisciplinares e multifuncionais. Todas essas características estão no conceito de inovação.
Ela representa o motor do crescimento econômico por introduzir novidades, mudanças e melhorias em processos já existentes.
Segundo o Manual de Oslo, publicado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), inovação é
“Um produto/processo novo ou aprimorado (muitas vezes a combinação de ambos) que difere significativamente dos produtos ou processos anteriores da empresa. Que tenha sido introduzido no mercado ou colocado em uso pela empresa”.
Conceito de governança
O conceito de governança é atual e surgiu na Inglaterra, na década de 1990. Ele teve origem em três fatores:
- o crescimento significativo das organizações;
- a separação entre os acionistas (detentores de capital) e a gestão dessas empresas;
- as fraudes envolvendo grandes empresas de auditoria e corporações renomadas.
Essas situações provocaram a necessidade de uma sistemática de gestão que desse conta dos problemas. Ela deveria englobar a operação cotidiana da empresa garantindo investimentos para seu crescimento, mas resguardasse, simultaneamente, os interesses dos acionistas.
É nesse contexto que se desenvolve o termo Governança Corporativa, difundido amplamente a partir de 2002 pela lei norte-americana Sarbanes Oxley (SOx). Trata-se de um modelo de gestão ligado aos processos e estruturas de autoridade nos quais as organizações investem recursos, coordenam processos e monitoram resultados.
Na atuação conjunta dos dois conceitos acima temos a governança da inovação, como veremos a seguir.
O que é governança da inovação
De maneira simples, governança da inovação representa um sistema criado para alinhar objetivos, alocar recursos e atribuir autoridade nas tomadas de decisão. Tanto na gestão da empresa quanto nas relações externas que ela conduz.
Em resumo, ela representa a reorganização dos princípios da governança corporativa em prol da inovação.
Na atualidade, as maiores empresas do mundo, reconhecidas por seu caráter inovador, seguem um modelo organizacional que está acima da referência de gestão simples.
Esse padrão mais aperfeiçoado agrega a filosofia empresarial e o comprometimento da alta liderança. Sendo assim, o tema inovação torna-se uma estratégia consolidada na empresa.
Importância para as empresas
Estudos comprovam que empresas com um modelo bem definido de governança para a inovação alcançam resultados maiores do que organizações operando sem uma estratégia semelhante.
Um deles, publicado pela Accenture, chamado “Governando a Inovação: a receita para o crescimento do portfólio” afirma: “As empresas que governam a inovação obtiveram um crescimento de receita duas vezes maior em comparação com aquelas que seguem uma abordagem aleatória”.
Para chegar a essa conclusão, a pesquisa considerou investimentos, esforços e resultados de inovação em mil empresas. Nelas, encontramos questões bem definidas, entre elas:
- o que fazer e quem será responsável;
- quais são os objetivos e quanto será investido, inclusive em portfólio;
- quais são as metas;
- que métodos serão utilizados para solucionar conflitos com atividades de rotina ou com outros projetos da empresa;
- como a organização vai proteger os interesses dos gestores e acionistas.
Questões que envolvem a governança da inovação
A governança da inovação traz consigo uma série de responsabilidades que devem ser observadas por todos os agentes nela envolvidos. São elas:
- o processo de inovação exige a definição de papéis e maneiras de trabalhar;
- o poder de decisão e todos os compromissos ligados à inovação devem estar claramente definidos;
- a empresa deve estabelecer um conjunto de valores capazes de sustentar os esforços aplicados em inovação;
- tomar decisões que atendam às expectativas;
- definir parâmetros para mensurar a inovação;
- decidir sobre orçamentos destinados ao aperfeiçoamento dos processos;
- priorizar e distribuir corretamente a inovação em todos os setores da empresa;
- criar rotinas para gerenciar as ações de comunicação e tomadas de decisão.
Essas responsabilidades são genéricas e cada organização deve definir o escopo da governança da informação mais adequada. Uma estratégia é refletir sobre os seguintes questionamentos:
- Por que inovar?
- Onde sua empresa procura inovação?
- Quanta inovação ela precisa?
Partindo destas três perguntas, aliadas aos fatores citados anteriormente norteiam os gestores na implementação do conceito. O objetivo é desenvolver uma metodologia que alinhe e gerencie as atividades de inovação aos objetivos estratégicos da empresa.
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