A manutenibilidade de rotinas de software é a capacidade de modificar um sistema ou um de seus componentes após a entrega. O objetivo é corrigir defeitos, melhorar o desempenho ou adaptá-lo a novos requisitos. 

Neste artigo, vamos abordar alguns conceitos, desafios e práticas para melhorar a manutenibilidade de rotinas de software. Tais rotinas são conjuntos de instruções que realizam determinada tarefa dentro de um programa. Vamos lá?

Os desafios da manutenção de rotinas complexas de software

A manutenção de rotinas complexas pode ser um desafio para o desenvolvimento de software. Isso porque os desenvolvedores precisam lidar com diversos aspectos, tais como:

• compreensão do funcionamento e da lógica das rotinas;
• integração das rotinas com outras partes do software ou com sistemas externos (conflitos ou incompatibilidades);
• identificação e correção dos defeitos nas rotinas (afetam o funcionamento do software ou causam problemas para usuários);
• adaptação das rotinas às novas demandas ou requisitos (exige mudanças significativas no código ou na arquitetura do software).

Todos esses aspectos podem demandar tempo, recursos e conhecimento dos desenvolvedores. Além disso, há chances de aumentarem os riscos de novos erros ou falhas no software. Por isso, é importante buscar formas de melhorar a manutenção das rotinas de software.

Práticas para melhorar a manutenibilidade de código em rotinas de software

Existem diversas práticas que podem melhorar a manutenibilidade de código em rotinas de software. Veja abaixo.

Escrever um código claro e legível para facilitar a manutenção

Uma das práticas mais básicas e importantes é escrever um código claro e legível. O código deve ser facilmente compreendido por outros desenvolvedores. Para isso, é recomendável utilizar nomes significativos e consistentes para variáveis, funções, classes e arquivos. 

Há também outras práticas, como o uso de espaçamento e de formatação adequada. Isso vai organizar o código e evitar o uso de código duplicado ou redundante.

Aplicar padrões de projeto para organizar e modularizar o código

Além de escrever um código claro, outra prática de melhoria é a aplicação de padrões de projeto. Trata-se de soluções comprovadas para problemas comuns no desenvolvimento de software. 

Esses padrões ajudam a organizar, estruturar e modularizar o código das rotinas. Dessa maneira, torna-se mais fácil entender, modificar e reutilizar. Eles podem ser:

• de criação (abstrair a instanciação de objetos);
• estruturais (organizar a estrutura das classes e seus relacionamentos com objetos);
• e comportamentais (delegação de responsabilidades).

São exemplos os padrões Singleton, Strategy e Factory Method.

Usar testes automatizados para garantir a qualidade e a confiabilidade do código

Por fim, os testes automatizados podem garantir a qualidade e a confiabilidade do código. Eles são rotinas de software que verificam se o código funciona conforme o esperado.

Alguns exemplos são os testes unitários, de integração, funcionais, de aceitação e de regressão. Eles têm a capacidade de:

• economizar tempo e recursos;
• detectar rapidamente os defeitos no código;
• garantir que o código atende aos requisitos e às especificações do projeto;
• refatorar o código com segurança, verificando se as mudanças não afetaram o funcionamento ou o comportamento esperado do software.
• executar um grande número de testes em diferentes cenários e situações, o que é difícil alcançar de forma manual;
• realizar a implantação contínua e outras práticas ágeis de DevOps, na qual as atualizações do software são frequentes e precisam ser entregues rapidamente, com alta qualidade. 

Refatoração e melhoria contínua nas rotinas de software

Uma prática complementar aos testes automatizados é a refatoração. Consiste no processo de modificar o código sem alterar o seu comportamento externo, visando a melhorar a sua estrutura interna. 

A importância da refatoração para manter o código limpo e organizado

A refatoração pode melhorar a manutenibilidade das rotinas de software em diversos aspectos. Ela consegue:

• eliminar os códigos mortos, inúteis, obsoletos, duplicados ou redundantes;
• simplificar os códigos complexos ou confusos;
• e melhorar o design e a arquitetura do sistema.

Para tanto, deve ser feita de forma gradual e sistemática, de modo a aplicar pequenas mudanças no código. Em seguida, é preciso verificar com os testes automatizados se ele continua funcionando corretamente. 

Documentação eficaz das rotinas de software para facilitar a manutenção

A documentação é o conjunto de informações que descrevem o software. Isso inclui o seu funcionamento, os seus requisitos, as suas características, as suas limitações, entre outros aspectos. 

Ela auxilia na manutenção das rotinas de software, pois permite facilitar a compreensão e a aprendizagem do sistema. Por isso, é preciso saber como escrever uma boa documentação!

Como escrever uma documentação útil e relevante para os desenvolvedores

A documentação ajuda os desenvolvedores a entenderem o propósito, o funcionamento e a lógica das rotinas de software. Ademais, traz muitas outras informações relevantes.

Para escrever uma boa documentação, além de uma linguagem clara, concisa e objetiva, é preciso usar:

• exemplos práticos e ilustrativos para demonstrar o uso ou o resultado das rotinas de software;
• diagramas, tabelas ou gráficos para representar visualmente as informações complexas ou estruturadas;
• ferramentas ou frameworks que geram documentação automaticamente a partir do código-fonte ou de anotações especiais no código.

Vamos aprofundar um pouco este último tópico!

Uso de bibliotecas e de frameworks para boas rotinas de software

Bibliotecas e frameworks são conjuntos de códigos predefinidos que fornecem funcionalidades comuns ou específicas para o desenvolvimento de software. Eles contribuem, por exemplo, para acelerar, padronizar e simplificar esse desenvolvimento.

Existem diferentes tipos e categorias disponíveis para distintas linguagens e plataformas de desenvolvimento. Você pode utilizá-los para:

• criar aplicações web (Django para Python);
• manipular dados (Pandas para Python);
• realizar testes automatizados (Mocha para JavaScript);
• e desenvolver interfaces gráficas (React para JavaScript).

E como escolher aqueles mais adequados para cada projeto?

Avaliando a adequação de bibliotecas e de frameworks para o projeto

Bibliotecas e frameworks adequados ao projeto devem ser avaliados quanto a alguns aspectos.

O primeiro são as funcionalidades necessárias ou desejáveis. Na sequência, verifique a qualidade do código e ateste se segue as boas práticas de desenvolvimento.

Outro aspecto importante é a compatibilidade. Isso se aplica à linguagem, à plataforma, ao sistema operacional e a demais bibliotecas ou frameworks usados no projeto.

A segurança de código é fundamental para evitar vulnerabilidades ou falhas que comprometam o software ou os dados dos usuários.

Por fim, analise a atualização da biblioteca ou do framework, bem como seu suporte técnico.

Acompanhamento e monitoramento das rotinas de software

Por fim, nessa jornada para melhorar a manutenibilidade das rotinas de software, chegamos ao acompanhamento e ao monitoramento das rotinas.

 Nada mais é do que a coleta e a análise de dados em tempo real ou em períodos definidos. Os dados referem-se ao desempenho, comportamento e estado das rotinas de software. 

Isso contribui para identificar e resolver problemas antes que eles afetem os usuários ou causem danos ao sistema. De igual maneira, auxilia a avaliar e melhorar a eficiência, a eficácia e a qualidade das rotinas. E ainda contribui para obter feedbacks e insights.

Para implementar essa prática, existem ferramentas ou serviços específicos. Estes permitem coletar, armazenar, processar, visualizar e analisar os dados das rotinas de software. 

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Conclusão

Apesar dos desafios, existem algumas práticas que melhoram a manutenibilidade de rotinas de software. São algumas delas:

• escrever um código claro e legível;
• aplicar padrões de projeto;
• utilizar sistemas de controle de versão, para rastrear e gerenciar alterações nos códigos
• e usar testes automatizados, refatoração, documentação, bibliotecas e frameworks.

Com elas, o trabalho dos desenvolvedores se torna mais fácil, capaz de garantir a qualidade e a longevidade do software.

Aproveite para se aprofundar no assunto e veja como melhorar a qualidade do código e dos desenvolvimentos!